sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Livro- Relatório Critico



Como referi no conceito abaixo apresentado, optei por fazer um livro concertina para este trabalho. Decidi-me por este tipo por considerá-lo o que mais se afasta da ideia convencional do livro. 
Depois de escolher o tipo de livro, comecei por pensar numa forma que fosse apelativa para a capa e contracapa. Após vários estudos e experiências, lembrei-me de fazer um livro cuja forma fossem duas mãos agarradas uma na outra - sendo uma a capa e outra a contracapa - como é possível ver na imagem abaixo apresentada.




Em relação ao seu conteúdo, primeiramente pensei em preencher as páginas com desenhos a grafite do corpo humano (havendo assim concordância entre o conteúdo do livro e a sua forma no exterior) mas, rapidamente, e por conselho das professoras, percebi que não se aproximava do pretendido, já que não dava ao livro um ar plástico e expressivo nem explorava os diferentes materiais e técnicas. Quis também fugir um pouco ao tipo de trabalhos a que estou habituada e experimentar coisas novas, o que não era de facto possível se seguisse a minha ideia inicial. Foi então que me decidi por começar a explorar diversas manchas a tinta permanente e tinta da china, experimentando algumas técnicas (fita cola e/ou palhinha) para que resultasse em diferentes efeitos:























Pensei, ainda, em preencher o interior do meu livro com manchas controladas, levando à formação de imagens concretas:











No entanto, e mais uma vez, rapidamente desisti dessa ideia, voltando então a explorar as manchas já feitas através da utilização de janelas para que me pudesse abstrair da mancha no seu todo e concentrar-me em alguns pormenores interessantes. Acabei por excluir vários pormenores e concentrei-me apenas em dois - os que considerei mais propícios para a elaboração do meu trabalho.




Por fim, optei pelo pormenor aqui apresentado à direita e decidi concentrar-me apenas nele, pretendendo explorá-lo com diversos materiais e técnicas e fazendo com que o interior do meu livro fosse assim ganhando forma. 

Para poder explorar esta mancha de forma bastante rica, ou seja, utilizando diversos materiais e técnicas, comecei por pesquisar vários trabalhos de artistas bastante diferentes uns dos outros para tornar o meu livro mais interessante do ponto de vista plástico e para que, apesar de cada folha conter a mesma mancha, o livro não desse  uma ideia de repetição e monotonia.
Tanto as folhas do livro como as próprias capa e contracapa são de um livro já existente, e por isso aproveitei, em alguns casos, determinadas ilustrações ou expressões que já faziam parte do mesmo.

Quanto aos materiais utilizados em cada folha, neste trabalho conciliei materiais que nunca tinha juntado antes e utilizei tantos outros de formas que nunca tinha pensado usar. Utilizei gesso, tintas acrílicas, caneta permanente, tinta permanente, esferográfica, jornal, cola branca e papel higiénico e, até, pastel de óleo. Fiz, também, alguns trabalhos a tecido e linha, coisa que nunca tinha feito antes mas que considero que dá um aspeto bastante expressivo ao trabalho.

Penso que a concepção deste livro foi muito importante para o meu desenvolvimento enquanto artista (ou aspirante a artista) já que fiz bastantes experiências e aprendi muito com elas. Como já referi antes, trabalhei com materiais que nunca tinha sequer pensado utilizar do modo como utilizei e misturei materiais de certa forma impensáveis para mim.

Talvez, a nível criativo, o uso da mancha como tema principal do meu livro não foi o mais original, já que muitos dos meus colegas fizeram o mesmo,. No entanto, a nível pessoal não podia ter feito outra coisa porque, como já referi anteriormente, explorar uma mancha através de materiais diferentes ajudou-me mesmo muito a nível artístico. Estou mais habituada a desenhar o real e concreto pelo que a oportunidade de poder fazer algo mais abstracto e expressivo foi muito enriquecedora. Apesar de ainda não estar perfeito, talvez por ser a minha primeira experiência tanto a  fazer um livro como a trabalhar o abstracto afincadamente, estou contente com o resultado - não só pelo seu aspecto final como também, e até principalmente, pela experiência de fazer algo que nunca tinha feito antes. 








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