quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Prémio Medeiros Cabral


Visto que, com a inauguração da exposição do concurso Prémio Medeiros Cabral no passado domingo, deu-se como concluído o trabalho, apresento aqui o relatório critico da minha obra como forma de conclusão desta etapa.




Relatório Crítico

O tema que nos foi proposto para este trabalho (Concurso Medeiros Cabral), na disciplina de Oficina de Artes, foi “eu e os outros”.
 Inicialmente e visto que este é um tema bastante abrangente, tive alguma dificuldade em arranjar um conceito com o qual me identificasse, tanto que, ao longo da elaboração do trabalho o mesmo sofreu algumas alterações a nível conceptual e, consequentemente a nível estético.
Primeiramente, queria transmitir uma sociedade gananciosa e aproveitadora que utilizasse uma situação menos boa na vida de um indivíduo a seu proveito. Fiz, então, um esboço (abaixo apresentado) do trabalho que pretendia fazer utilizando esse mesmo conceito, em que o conjunto de pessoas a escalar o individuo a derreter- representando o tal momento menos bom na vida do mesmo- representam a sociedade gananciosa e aproveitadora.

                       



No entanto, tive alguma dificuldade em transmitir este conceito no início do processo da elaboração do trabalho final, o que levou a que fosse obrigada a alterá-lo.


Decidi então, não retractar um problema social, mas sim as emoções provenientes de todo o tipo de situações menos boas na vida social de cada um. Para isto, e para que o meu esboço não fosse drasticamente alterado, retractei um indivíduo (sem sexo) - tal como tinha pensado inicialmente - a derreter, representando assim, de forma não tão literal, um estado de espirito negativo e depressivo por parte do indivíduo em questão (estado de espirito este consequente de situações menos boas na sociedade, criadas pelos “outros” em relação ao “eu”). 

Para reforçar este estado de espirito, fiz um buraco negro para onde o líquido derretido escorria, metaforizando assim os indivíduos que se fecham ao mundo (“outros”) quando se sentem depressivos. Esta alteração conceptual levou a uma obra esteticamente diferente da pensada inicialmente, como é possível ver ao olhar agora para o trabalho final e comparando-o com o esboço inicial.







Na escolha do título, decidi ir para além do meu conceito, ou seja, “Esconde-me de mim” pressupõe a interacção de mais do que uma pessoa, dando a sensação de que o “eu” pede para ser refugiado e isolado, tanto de si - mostrando o desejo (implícito) de querer sair do buraco onde se encontra - como dos “outros”, visto que foram eles que causaram a ‘queda’ do indivíduo no buraco.

Concluindo, neste trabalho não quis mostrar directamente o “eu” e os “outros”, retractando estes dois elementos de forma explícita e literal, o que me levou a fazer o “eu” de forma directa e explícita - através da representação do individuo - e dos “outros” indirectamente - a partir da influência negativa que estes causam ao “eu” (levando a que este se sinta depressivo (a derreter)).





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